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Às vezes a imaginação falha, o sorriso esconde-se, as ideias ficam com ressaca e a vontade esgota-se. Depois, é preciso deixar que o pensamento esboce a dureza das palavras expostas. É ser sem parecer, e escrever mesmo sem crer.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

124. Eu Também Gostava

É difícil não pensar no assunto. Há coisas que nunca se esquecem, por mais que o tempo passe por cima delas.
Há muito tempo que deixei de acreditar que “Deus” existia. Sempre que precisei dele, nunca esteve por perto, nem nunca senti que podia contar com ele.
Podia passar mil e uma vezes pelo mesmo, sei bem que nada seria igual, mas sei que seria sempre comigo, e só eu saberia o quanto é difícil lidar com tudo.
Gostava que acontecesse rápido, que passasse a correr e com grande intensidade.
O meu problema não é o mais importante, embora eu faça dela um místico segredo. Nunca tinha revelado, abertamente, parte daquilo que me derruba constantemente, nunca o revelei a tantas pessoas ao mesmo tempo, nunca tinha mostrado as fotografias nem nunca fui capaz de expor-me assim.
Há um dia em que tudo muda, finalmente chegou o meu. Será para sempre o dia em que parte da tua vida passa também a ser dos outros, nunca esquecendo, que continuas a ser a personagem principal e que és tu que vais ter que andar para a frente, sempre.
Estou cansada. Não consigo continuar a carregar com tudo sozinha. Não fui eu que escolhi ser assim, não fui eu que quis ser assim. Há coisas que não se explicam.
“Não acredito, tão pequenina! És mesmo tu nas fotografias?” – Eu também preferia não acreditar, não ter que passar por tudo novamente, não ser eu nas fotografia … eu também gostava de acreditar que vou acordar deste pesadelo sem fim. Eu também ficaria chocada, mas apenas se não fosse comigo. Também eu ficaria de boca aberta e de tal forma chocada, que passaria muito tempo a pensar no assunto.
Gostava de viver o tempo que fosse preciso poder ver-vos crescer, para crescer com vocês. De rir às gargalhadas, de chorar, de passar infinitas horas de almoço seja onde for, na vossa presença, de cantar, escrever… crescer com o tempo, envelhecer muito devagarinho, viver.
Se assim não for, que seja como quiser.

P.S: Obrigada Adriana e Vicky por se preocuparem em particular comigo, obrigada pelas palavras e pela atenção que disponibilizam sempre que desabafo com vocês, Obrigado por me incluírem nas vossas crenças religiosas (orações) e por fazerem parte da minha vida. Obrigado também ao resto do quarteto que faz tão pesado sacrifício em aturar constantemente a minha má ou boa disposição. Sem vocês, tudo seria diferente. À Catarina Jesus também, por ouvir muitas vezes o que não lhe compete, mas que mesmo assim continua cá sempre a levantar-nos a moral. I love You Pussy’s.


Telma
3/02/2011

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Memórias do Meu Pensamento