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Às vezes a imaginação falha, o sorriso esconde-se, as ideias ficam com ressaca e a vontade esgota-se. Depois, é preciso deixar que o pensamento esboce a dureza das palavras expostas. É ser sem parecer, e escrever mesmo sem crer.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

204. Caminhei


Elevei as mãos á cabeça e recuei meses e anos atrás.
Errei em muitos comportamentos, palavras e cumplicidades que criei.
Refleti sobre todo o caminho que percorri, talvez descalça porque apenas sinto a dor e o cansaço de tudo que tenho carregado.
Engoli sapos, fui muitas vezes o sapo da história e mesmo assim sempre retribui o sorriso, chorei por coisas desnecessárias, perdoei, não ao ponto de voltar com as relações, mas ao retribuir palavras sempre e só quando necessário.
Caí e escorreguei vezes sem conta, fui injusta e injustiçada, rebelde e fútil mas, percebi que o conteúdo dos problemas resolvem-se apenas e só com calma.
Não recuei quando assim deveria ter sido, andei por caminhos escuros cheios de sentimentos negros e maus. Caminhei na tal estrada de pregos.
Feri-me muitas vezes em vão, apaixonei-me pelo impossível e pela distância, desabafei com que não devia e recebi trocos a mais de quem menos gostava.
Esqueci-me que os verdadeiros amigos sempre estiveram comigo, quer nos bons quer nos maus momentos e que, por instantes abandonei-os sem que sentisse, sem que quisesse ou deseja-se.
Conheci pessoas, muitas pessoas que mudaram o meu interior. Conheci pessoas que nunca me abandonaram e pessoas que apenas me maltrataram.
Passei a grande fase da minha vida, sem retorno e sem compreensão.
Memorizei, cedo ou tarde demais, os contornos da vida, da importância que a nós mesmos atribuímos e o valor que temos para os outros.
Decidi em frações de segundos, ordenei leis e assinei por mim própria.
Passei maus dias.
Passei pelo sentimento de culpa, por dores insuportáveis e por horas e horas em pleno descanso do Mundo.
Reabilitei-me e voltei ao Mundo real, aos mesmos ditos problemas que todos os 365 dias têm e à monótoma dor de cabeça que a turma me trás.
Dissipei-me dos problemas, transportei o meu pensamento para marés mais calmas e mudei a minha memória de patamar. Colei no importante, naquilo que gosto de fazer e fiz DELETE a criaturas com pouco conteúdo.
Mudei de número, apaguei alcoviteiras do facebook e apenas concentrei a minha atenção em criaturas com conteúdo.
Dois mil e onze foi o ano de reposição de factos, de muitos Game Overs e de mudanças.
Que 2012 chegue cheio de saúde e amor para dar, 2011 passou depressa, cheio de altos e baixos mas que no entanto fez questão de deixar a sua marca e de me fazer concentrar apenas no que realmente correu bem.

Telma Palma

sábado, 24 de dezembro de 2011

203. Expectativas

A manhã acordou repleta de luz. Os reflexos faziam-se sentir nas pequenas pétalas humidas arrasadas pelo orvalho. A luz ainda batia na água, fazendo-se triplicar de flor em flor.
Porém, a água dos bidões mantinha-me intacta, gélida (quase congelada).
Os galos cantaram cedinho, bem como a tradição manda e os patos tomavam a sua banhoca matinal junto a todos os pássaros visitantes e, de seguida exponham a sua esbelta beleza ao sol.
O orvalho escorria pelas paredes abaixo da casa, assim que lhe tocava, sentia a ponta dos dedos gelados e depressa surgia um arrepio na espinha.
Soprava então contra o vidro, fazendo com que ficasse embaciado e de seguida escreveria um desejo.
Os pinheiros, deixavam cair as pinhas e os ramos secos, enquanto eu apanhava-os para os juntar na lareira. Queria que tudo ficasse perfeito e que o calor dela se fizesse sentir dentro dos nossos corações.
O pinhão corria e esfregava-se nas ervas molhadas, o Benny jogava-se ao Sammy na tentativa de obter "porrada" em troca, mas, como sempre, o Sammy entretinha-se a roçar-se nas minhas calças à espera de uma festa na barriga (malandro).
Fotografava-os enquanto juntos trocavam as voltas uns aos outros. Ria e ria vezes sem conta e esperava uma boa oportunidade para "caçar" o Benny num bom ângulo.
A mãe chamava-me para o almoço e para a concepção do tronco de Natal. Mas eu, preferia continuar naquela algazarra, a rir e a chorar de tanta dor no estomago por estar feliz com eles.
Doía-me a barriga de tanto rir, isso a que muitos se privam!
Sentia as lágrimas escorrerem pelo rosto. Choro de alegria ao vê-los felizes também!
A mãe insistia em chamar-me.
Saiu o tronco de Natal e um recipiente cheio de natas docinhas. O Benny adorou! Nada poderia ter sido melhor!
A noite chegara e com ela trouxe a nostalgia do momento, do convívio e dos momentos juntos.
A tradição colara-se então ao pai natal, aos presentes e docinhos tradicionais. Hoje perdeu-se a magia, o conforto do lar ideal, a alegria nostálgica que nos atacava quando a época chegara. Perdeu-se o sentimento e verdadeira comemoração.
Não gosto do Natal, mas se as coisas são feitas assim, concentro-me na totalidade em festejar a amizade, o amor e o carinho. Porque é a unica coisa à qual dou importância nesta altura e não ao nascimento de um ser qualquer a quem chamam de Jesus.
A magia assim fica concretizada! - Dar, não só agora mas sempre, uma palavra de conforto, mandar uma mensagem fofinha e um presente para que apenas simbolize o sentimento e não só porque fica bem.
Se o fizéssemos todo o ano, seria desnecessário existir uma data especifica. Todo o ano seria Natal.
Tenho a sorte de ser natal quase todos os dias =)
Assim que a noite penetro noite dentro, a chama iluminou todos os corações acessos e por momentos fez-nos esquecer os problemas que nos aterrorizam, as diferenças que nos distinguem, o desprezo pelo próximo, a rivalidade e o rancor.
É aí que se percebe a diferença, o caus dos acontecimentos e que à nossa volta apenas estão o cacos.
Não se perdera só a si, mas a todos também. Notamos que ficámos sozinhos o que, na verdade, isso não aconteceu. Ficámos connosco mesmo, e isso sim, é o mais importante.
Mas, há que não esquecer a ideia penetrante no acto: Ser Feliz.
Este ano, não o saudei como antigamente. Criei novas expectativas e motivações que me fizeram ver o Mundo de outra maneira. Apenas lhe acenei com a mão direita. Um sinal de o gostar vê-lo passar mais um ano com saúde e alegria, mais nada!

Telma Palma*

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

202. Brilhante


(...)
Sentei-me na paredinha do costume, atrás de casa e acendi o cigarro.
Puxei e deixei sair o fumo suavemente.
Fui, porque queria estar perto de ti, mas o objectivo inicial apenas seria ver-te e não falar contigo.
Nem senti que naquele momento tu, já não estavas assim tão presente. E, para falar a verdade nem me lembrei de ti, durante alguns minutos.
Só queria fumar o cigarro habitual de todas as noite gélidas deste Inverno.
Olhei para o céu, olhei só para te ver brilhar para mim.
Sempre estiveste lá em cima, muito perto.
Eras a estrelinha mais brilhante de todas, a que aparecia sempre primeiro no céu, a mais importante e aquela a quem eu sempre me dirigia quando precisava de falar assuntos sérios.
Eu sentia-te sempre ali, muito muito perto de mim mesmo que não o sentisses, eu estava e tu estavas presente sempre na minha vida.
Acabei por lembrar-me do cigarro.
Puxei a segunda.
Olhei outra vez lá para cima, na esperança de poder mesmo encontrar-te, mas tu não estavas. Naquela noite não apareceste.
Puxei a terceira, a quarta, a quinta e sexta, e vezes sem conta as que depois surgiram e mesmo assim eu não me conseguia esquecer que tu deixas-te de existir ali, perto de mim.
Conclui que nunca me ouviste, nunca escutaste, não aceitaste...magoaste. Mas sempre que tu precisaste, apoiei-te e isso tu já não negaste.
Não me desiludiste, iludiste e sacudiste o meu coração.
De repente voltaste.
Sorriste e abraçaste-me, como sempre fazes.
Pena existir momentos baixos.
(...)
Telma Palma

domingo, 18 de dezembro de 2011

201. Forte

Chegou o dia da despedida, da entrada num novo patamar particular, do confronto com o inevitável e de tentar suportar tão doloroso sentimento que se penetrou contra a tua vontade.
Eu sei ou pelo menos consigo compreender tudo aquilo que tem surgido dentro da tua cabeça, todo aquele sentimento de revolta e todas as perguntas que surgem sem que permitas "Porquê eu?, porquê a mim?, como foi possível?, que mal fiz eu?" e é aí que pensas - Afinal não acontece apenas só aos outros.
Talvez eu não seja a melhor pessoa para poder dar-te uma palavra de força, porque vejo as coisas muito pelo lado negativo mas, acredita e pede com força, que as coisas acabam por correr bem, seja de que forma for.
És alguém cheia de vontade, cheia de conteúdo, cheia de muito.
Uma menina forte!
Com muito para dar e receber.
Mostraste-me muitos caminhos, horizontes e vontades, agradeço-te muito por me teres ouvido e por me teres dado na cabeça vezes sem conta!
Já quase que aprendi a dizer "Não" á tua custa!
Orgulho-me de ti todos os dias, não só agora porque sei o problema maior pelo qual estás a passar, mas por muitas outras coisas que fizeste comigo e sem mim.
Eu, gosto muito de ti e nunca me esqueço que és das minhas melhores amigas nem que és das melhores pessoas que conheci até hoje =)
Nunca desistas,

Tropeço de ternura por ti,
Telma.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

200. Contigo

Não tens medido a força que exerces na minha vida.
Não entendes o porquê de eu te dar mais do que aquilo que precisas.
Não encontras respostas às perguntas que me fazes e que te respondo com um sorriso e muito menos entenderás que tudo o que te dou, nunca será mais do que aquilo que me retribuis.
Detesto que me ignores, mas acho que nisso estamos quites porque acabo por fazê-lo também contigo muitas e muitas vezes depois.
Devia ouvir-te!
Devia mesmo ouvir-te quando me repreendes, quando vês que aquilo que fiz não foi o correcto, que faço asneiras atrás de asneiras e que mesmo eu dizendo que foi a última vez que aconteceu, tu não acreditas mas acabas por consolar-te.
No fundo eu sei que só me estou a enganar a mim mesma e que quem vai estar sempre do meu lado és tu, dê por onde der.
Tens sido tu, que desde sempre me ouves e me criticas, que me atura quando estou a "morrer", que vive os momentos comigo na intensidade e no limite, que me compreende, que me ajuda a encontrar resposta e que se preocupa o triplo comigo.
Tu, dás-me muito.
Dás-me tudo o que preciso para ser feliz, para poder sorrir todos os dias, para poder seguir em frente e para poder ver a vida de uma outra forma.
Tu, que nunca te opões nas minhas decisões, sabes opinar muito melhor do que pensas e eu, acabo por levar a tua opinião muito a cabo, se assim não fosse e se não tivesses essa presença tão forte em mim, sabes que o meu caminho não teria sido este.
Tomei (talvez) a pior decisão da minha vida, que ao fim ao cabo teria mudado o meu eixo 360º mas que por ti (e não só), fiquei.
Tu, não és só a minha melhor amiga, não és só a pessoa com quem me sento todos os dias na mesma mesa, não és só a pessoa com quem mais posso contar mas, a pessoa por quem dava a minha vida sempre que precisasses, sempre que necessário... sempre.
Eu não faço muito por ti.
Não meço a quantidade de carinho, não concentro a minha atenção na totalidade do acto e não escorrego com facilidade no sentimento.
Mas tu, vieste mudar tudo isso.
E, graças a ti, mudei.
Obrigada deveria ser eu a dizer-te todos os dias. Não porque mudas-te a minha vida, mas por existires!

Telma Palma

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

199. Caminho

"(...)és alguém que que sabe e que se preocupa, com opinião critica de tudo o que se passa à tua volta e alguém que faz com vontade (...)"

Eu estarei sempre que te sentires só, sempre que não saibas o que fazer nem para onde ir, eu estarei aqui!
Deixa que os sonhos voem, deixa acalmar a tormenta, senta-te um pouco ao meu lado e olha para mim, fica aí...sentado sempre que precises. Não precisas falar, mas se assim quiseres sabes que posso ouvir-te, entender-te, ajudar-te.
Destrói esse abrigo, dorme nos meus abraços e conta comigo, que contigo eu sempre vou cantar.
Não sintas que tudo se quebrou, estarei sempre que te sentires só.
Por mais que a vida te agarre, por mais que a vida te cri planos sem pedires, não te importes com isso, eu vou estar sempre aqui, mesmo que não peças, mesmo que te sintas farto e exausto, eu vou estar aqui.
O meu caminho é para onde tu vais, para onde tu estás, para onde quiseres ir =)
A distância separa o físico, o momento e o clima. Até pode separar o olhar, mas o mais importante é não separar o sentimento.
Eu, continuo a gostar muito de ti.

Tema Palma

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

198. Saberás

Haverá sempre o dia em que te dispões às vontades dos outros, à manipulação que se concentra à tua volta e ao contágio de intrigas que te atropelam.
Haverá também o dia em que te irás sentir só, não porque queres mas porque precisas.
Não saberás ao certo que sentido tomar com o presente, não verás soluções que possas consolidar com a tua disposição nem terás razões que te façam seguir em frente.
Será aí que estarás sozinha(o), que sentirás que nada faz sentido ou que afinal de contas apenas tu serás o sentido das coisas.
Gostarias então de sentir um aperto vindo de quem mais precisas, de voar e de afastar a dúvida que se penetrou no teu interior. Mas não o conseguirás.
Terás que lutar por isso, tal e qual como todos fazemos todos os dias.
Apenas digo - precisas de conhecer!
Precisas ganhar confiança naquilo que acreditas e no que realmente sentes. Se assim não for, não saberás o sabor real do fruto.
Precisarás também de querer, de suportar, de engolir e de te abstrair das coisas. Deverás concentrar-te no momento, na importância que ele transporta!
Mas isso não bastará, deverás deixar-te ir pela maré, deixar que ela te leve durante um longo vai-vêm, sem que tenhas de fugir. Isso é o essencial. Não fugir!
Sabes que nunca me esqueço de ti, que és a pessoa mais importante na minha vida e que vou esperar até que me aborreça. Se isso acontecer, prometo que esqueço os tais pequenos momentos existentes e que fujo sem deixar uma carta.
Para já, continuo aqui. Do outro lado.

Telma Palma

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

197.

Eu não gosto de compromissos, de coisas melo dramáticas. Gosto do momento, do valor da tempo e da saudade, do carinho atribuído à pessoa amada quando existe reciprocidade, gosto do deposito de desejos que juntos criamos num instante e da quantidade de amor que se concentra em cada encontro.
Eu não gosto de pressões, explicações ou desentendimentos.
Aprecio uma boa discussão, desde que haja fundamentos, factos e provas!
Gosto de ouvir o mar, o vento, a chuva a bater na janela e o som do teu respirar ao acordar pela manhã. Ou melhor, gostava que te deitasses comigo num dia chuvoso, que me abraçasses e que sentisses que as coisas só podem acontecer porque realmente se quer.
Dou sempre muita importância a gestos simples, interpreto muito cada acção, mal ou bem fico sempre a querer sempre mais de ti.
Mas tu, continuas sempre com a mesma posição em relação a nós, não andas nem desandas e isso faz com que eu não consiga seguir com a minha vida.

Continua (...)

Telma Palma

terça-feira, 29 de novembro de 2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

195. Espectáculo

Costumo dizer que cheguei à câmara mortuária sozinha, mas há uma coisa que levo comigo: a consciência tranquila.
Sou muito bicho do mato, social e "descarada". Muito senhora do meu nariz, curiosa, empenhada, ... Sou feita de muito, cheia de tanto.
Não frequento sítios deprimentes, nem me penetro através de outros, não duvido do meu potencial, posso quando quero, consigo quando luto.
Luto pelo que acredito.
Deixei as relações conflituosas, as cargas negativas e os burburinhos.
Conecto-me em relações saudáveis, naqueles que somente dão valor e razão à vida.
Tenho a certeza que há pessoas que me odeiam, criticam e rebaixam.
Onde está a vossa qualidade, prestigio e ambição em cuidar na vossa própria vida e deixar a dos outros correr?
Sou personagem e sou público que se dedica a uma passagem pela Terra, por um espectáculo com cena indeterminada e pela incerteza do acto.
O público aplaude, levanta-se até para aplaudir. Não porque delira com os prazeres que a vida lhes dispões como enlouquece com barbaridades que predispõem um completo incógnito futuro.
Sou tipo uma flor de cacto, uma comédia do séc. XX, que quando regressa aos palco sai sempre algo diferente.
Vivemos numa boa vaibe, num fantástico espetáculo de altos e baixos de ensaios. Não existe segunda versão, segundos excertos, nem grandes morais.
Existe cor e brilho. Vontade própria, paixão.
É verdade que nem sempre corre tudo bem, que tropeçamos em degraus pequeninos, mas continuamos sempre cá, de cabeça erguida à espera do próximo excerto.
Sou mistura de sonhos, vontades e adrenalina.
Segue-se sempre a aventura e o estar no limite das coisas.
Não gosto de tempo, de horários, sermões, descargas de consciência, ... Não gosto de nuvens cinzentas, de chuva e de vento.
Gosto do som, do valor que as palavras têm, do olhar, do toque, do sorriso e do cheiro. Gosto do outro.
O resto vem por acréscimo.

Telma Palma

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

194. Altar

Nunca te sinto chegar.
Estás sempre ocupado, cheio de força, garra e coragem.
Não te senti sair.
Abandonaste-me.
Deixaste-me vaguear em ilusões, brigas e desconfortos, proporcionaste-me dor.
Sem ti, não sinto que estás sempre a proteger-me, não sinto o calor que me queimava por dentro nem a ambição de querer estar sempre contigo.
Não estou sozinha, mas sinto-me como se ninguém me compreendesse.
Deixas-te um vazio cá dentro, uma falta inigualável, uma ferida que dói, um aperto enorme e uma constante incerteza no pensamento.
Tu, tu que viveste todos os meus problemas, foste-te sem te despedires e sem deixar rasto.
Sinto-te como se fosse hoje, como se ainda estivesses cá dentro, bem perto, bem junto, bem quentinho, bem apertado.
Corroeste-me o pensamento, o interior e o intimo.
Causaste-me desgosto, quebras, delírios. A incerteza que ficou próxima e a saudade que cresceu em fúria dentro de mim, continua sempre aqui.
Construíste um altar no topo, quebraste-o, desmoronaste-o.
Não consigo encontrar-te, foste para ficar e não voltar, foste só por ir, por desaparecer e deixar de sofrer, foste sem culpa mas magoado. Foste só e abandonado, desolado, inacabado, imortalizado. Quebrado pela força do bem, pela dor sentida em demasia, pelo esforço constante de poder alcançar sempre mais um dia.
Tu que foste sem vir antes, sem ficar tempo nenhum. Eu continuo aqui, à espero que chegue o fim, que voltas e que digas ... Gosto muito de ti.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

193.


Partes-me o coração sempre que me dizes tudo o que não quero ouvir.

Telma Palma

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

192. Sometimes

"Adoro quando entras de rompante e me beijas como se não houvesse amanhã. Assim como me sussurras ao ouvido e me dizes, vezes sem conta o quanto me amas perdidamente. Aí sim, o meu dia fica completo, não só porque me sinto amada mas porque tenho alguém inacreditável na minha vida e porque a tua presença dá-me consolo ao ego." 18/04/2011

- O discurso concentra-se na totalidade do eu, na percepção que concluo de ti e das vivências que me proporcionas gradualmente. Sometimes, you can't explain the value of everything I feel when I'm with you. Don't let me, I don't want to lose you. Feel me, show me care for me, and us.
Tens-me ensinado a viver, a construir caminhos, seguir horizontes e a actuar em grandes medidas.
- Há muitas coisas que nos falta. Ainda não me proporcionaste o tal caminho que desejo arduamente. No entando, tu entendes-me, ouves-me muitas vezes e ajudas-me a não desistir. Compensas de várias formas a falta que me fazes.

"É isso que me falta, ouvir-te dizer-me que me queres e que nunca te esqueces de mim. Que o teu pensamento vagueia algures dentro do meu e que te completo por inteiro. Eu, pelo contrário, dedico-te todo o meu tempo, toda a minha atenção. Digo-te sempre o quanto gosto de ti e repito-o vezes sem conta e como vieste mudar a minha vida." 21/11/2011

- Deixa-me ficar sempre contigo.
- Ver como tu as coisas, viver os teus problemas e sentir tudo como tu.
- Não vás, volta, fica.
- Abraça-me, beija-me, sente-me.

Sem querer encontro-te,
Se te encontro,
Foi sem querer,
Se te olho,
Sem querer sinto-te,
Desculpa, não me sei conter.

Desculpa por encontrar-te
Desculpa por olhar-te
Desculpa por sentir-te
Mas desculpa mesmo, por adorar-te.
Foi sem querer!

Telma Palma

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

191.


"És alguém cheia de conteúdo, ... !"


domingo, 13 de novembro de 2011

190. Tempo

Precisava de um tempo indeterminado sozinha, de uns tempos para decidir os melhores contextos a abordar diante das pessoas e como saber usufruir de um belo tempo comigo mesma.
Bastaria ter o maço perto, a coca-cola gelada e umas quantas drageias para tirar o sabor a queimado da boca.
Não estou a pedir muito.
Não estou a querer separar-me de nada, mas estou ciente que há coisas que vão mesmo ter que mudar. O meu estado de espírito anda alterado, não estou a gostar de ver-me assim todos os dias.
Agradecia que não me atacassem com perguntas, que respeitassem o meu ego e que acima de tudo respeitassem as minhas opções.
Cada um tem que seguir a sua vida, as suas escolhas, tem de seguir os seus sonhos e metas. Este tempo que vos peço servirá para decidir o que é o mais correcto para mim, como saber separar as coisas e sair dos problemas sem ter que magoar alguém.

Telma Palma

sábado, 12 de novembro de 2011

189. Equilíbrio

Quando se tenta construir algo, é preciso que acima de tudo se tenha força de vontade. Se assim não for, como será possível obter os mínimos resultados e aguentar "pesados" fardos?
Tu não tens medido a força que exerço constantemente em ti, não tens dado valor e muito menos tens aceitado aquilo que por uma razão ou outra só agora consigo mostrar-te.
Tenho estado à espera do teu ar secundário, da tua subtiliza em jogar as palavras ao ar e de ser apenas eu a tentar apanhá-las desesperadamente. Pelo contrário, tens-te mantido intacto, imóvel e pouco receptível àquilo que exponho em relação a "nós".
Enquanto eu, tento empurrar para a frente, tu limitas-te a não exercer qualquer esforço para que as coisas batam certo.
Da minha parte, estás por tua conta.
Não me nego a responder-te a qualquer tipo de comentário, mas também não esperes de mim, o que até ontem foi o melhor da nossa vida.
Eu estava feliz, tens-me transmitido liberdade, mas percebi que às vezes ser livre significa optar por não ir, mas por ficar.
Eu fiquei.
Acabei por perder 1/3 do meu equilíbrio, o que para mim significa perder o controlo. "Partes-me a cara" sempre que me atiras as coisas à cara de uma forma pouco exposta, concreta e critica.
Não consigo falar contigo. Tu não ouves.
Não desisti de ti, desisti sim de ser eu a controlar as coisas e de medir o valor dos momentos.

Um beijinho, Telma.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

188. Abrir

Consegui abrir o coração. Conseguiste que eu te abrisse o meu Coração.
Contei-te muitas coisas.
Senti alívio.
Senti força.
Senti desconforto.
Senti medo, insegurança, desejo, saudade.
Há muito tempo que não tínhamos uma conversa à séria. Eu tentei esquecer que existias, mas como um grande amor é para sempre, não deu.
Tenho mesmo muitas saudades tuas, daquilo que nos une e do que nos envolve. Tu, nunca foste o problema, tu nunca criaste o problema. Eu sei que te pedi demais, e que tu não soubeste lidar com isso, mas se meteres bem a mão na consciência saberás encontrar a resposta para todos os nosso pequenos problemas.
Não te culpo pelas quebras, pelos erros e descargas de consciência.
Obrigado por em tempos teres feito parte da minha vida e por a teres colorido um bocadinho mais.
Estava e continuo a estar muito feliz sem ti, embora tenhas voltado de uma forma um pouco inesperada à minha vida, vou sempre continuar a ver-te como alguém muito especial, mas que por agora continuarei longe de ti, tal como sempre foi.

Tropeço de ternura por ti, um beijinho na testa, Telma.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

187.

(...)Caminhá-mos juntos sem rumo, de mão dadas junto ao rio.
Tinha-mos as mãos frias, geladas até.
Queria dizer-te muitas coisas naquele momento, contar-te como vejo as regras entre nós, como é fácil falar contigo e partilhar os meus segredos.
Mas tu, jogas sempre pelo seguro. Preferes ficar a olhar o céu, noite dentro, falar-me das tuas vivências e divagar pelo futuro próximo. (...)

Telma Palma

sábado, 5 de novembro de 2011

186. Crescemos

Crescemos.
Já deixamos a algum tempo as Barbie's, as cacetes da Disney, os joguinhos de consciência, o mau humor, as birras constantes, os choros desnecessários e todas aquelas criancices que adoramos recordar e se possível voltar sempre a trás só para as fazer de novo.
Mas afinal, crescemos mesmo.
Devias pensar que não somos mais o "teu" objecto de conforto, onde tu descarregavas todas as tuas frustrações, mágoas, recentimentos, ...
Crescemos.
Cada uma decidiu caminhos diferentes, formas de estar na vida, mas mesmo assim ainda não nos fomos (tal como queríamos).
Como te sentirás quando isso acontecer?
Darás valor ao que verdadeiramente perdeste? Sim, porque quando for, não volto, e tu sabes que não sou de romper promessas.
Como será viver "sozinha", sem nós por perto para te dar o teu tal conforto?
Sempre me ensinas-te a lutar por aquilo que quero e, sempre que o faço há algo de errado para ti porque?
Porque é que não te preocupas primeiro contigo e depois connosco?
Tu, só tu sabes como as coisas têm acontecido entre nós. Mas, também sabes que eu não sou como tu e que quando quero, eu luto para ter e conseguir. Se errar, se falhar, eu sei onde procurar abrigo.
Devias aprender a segurar a corda. Já me sufocas-te muitas vezes por não o conseguires fazer, e agora que cresci muito mais.
Mammy, podes deixar os bilhetinhos de lado, guardar a folha e a tinta de papel e quando sentires que fiz algo de mau, podes vir falar comigo. Não queiras ficar como a maioria das senhoras alcoviteiras, acredita que tens duas criaturas mais que paus mandados em casa e que sempre que precisares vão ajudar-te.
Mammy, a minha corda partiu-se.
Todos temos direito a duas oportunidades. Sabes quantas já te dei? Quantas já te demos? Aproveita, esta é a última.

Telma Palma

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

185. Momento

(...) eu não te condeno, critico ou te deito abaixo devido ao acontecimento, só não quis estar mais contigo dado o ressentimento.
Quando é que me ouviste?
Quando foi a última vez que te sentiste disponível ou te disponibilizaste para me ouvires?
Onde estiveste quando precisei?
Eu nunca te sub-carreguei, nem te pedi nada em troca, queria apenas que me ouvisses e que me abraçasses.
Criaste uma história, formaste uma claque, mas entenderes o que comigo se passava, foi como partires para um aparte.
Tive que ser eu a tomar a decisão, a excluir-te da minha vida e do meu frágil coração. E mesmo passado tanto tempo longe de ti, continuo a sentir tristeza quando penso naquilo que podia ter feito por mim em vez de ti.
Não te consigo compreender, eu pedi-te espaço e tu só te querias envolver.
Senti pena por não te ter ouvido, por me ter afastado, agora já é tarde, já está tudo mais que encerrado.
Aprendi a estar sozinha, a criar objectivos, aprendi a escolher, aprendi a crescer!
Foste um grande momento do meu Mundo , uma estrela ao fundo do túnel, desculpa sabes que não te peço , bem como tu não soubeste levar o que tínhamos para o futuro.
O amor, o carinho, a amizade que tínhamos era quase surreal, ninguém compreendia e eu fazia sempre tudo para nunca te ver mal.
Desejo-te o melhor para a vida, mesmo que a mim me desejes mal, mas aprende que na vida, também te podes dar mal.
Deixei de sentir "culpa" de te ter deixado "sozinha", mas como já disseste "Nunca precisei de ti para viver a minha vidinha". Ouve, ninguém fala mal de ti, apenas se comenta aquilo que "fazes" por aí.
Obrigado pelos sorrisos que me proporcionaste, fica a saber que comigo nunca perdes-te, GANHAS-TE!

Telma Palma

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

184.





"Abraçaste-me com força de uma forma apaixonante.
Fazes de mim as minhas fantasias, prazer dos teus dias
E do prazer dos teus dias nascem minhas fantasias
Sabias que sentias quando eu te confessava
Declarava-te poesia, parecia que o tempo parava.
Tivemos momentos baixos, tivemos momentos altos,
Como em todas as relações: Discussões, sobressaltos."

Mundo Segundo - Obsessão


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

183. PG

"Sente-se dor e desconforto, algo fora do normal. Às vezes não consigo distinguir bem, Se é isso a doença mental. Há muitos pensamentos que vagueiam, dentro e fora de mim, mas aquele que que sinto sempre primeiro, é o que me faz pensar no fim.
A vida é como uma boia, daquelas que só sabe boiar. É preciso mantê-la intacta, é preciso saber cuidar.
A tristeza reina no Mundo, a morte é sentida como alivio, não vejo outra maneira, de saber se alguém me ouviu."

Telma.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

182. Segurança


"Eu sabia que seria apenas quando te fosses embora que iria entender a complexa extensão da minha alegria e conforto permanente que sempre me tens transmitido. E aí está. Chega sempre nesse momento de partida, onde eu por olhares tento dizer-te - fica comigo.
Ainda continuo meio "obcecada" com o mesmo pensamento de à dois meses atrás. Tens-me posto, pelo menos ocupada a maior parte do tempo, para não dizer todo.

Tens um conteúdo pesado. Às vezes é insuportável "segurar-te".
Gostava de poder conseguir fechar a pequena caixinha onde guardo todas as tuas fotografias. Não consigo, gosto que sejas a primeira pessoa que vejo ao acordar. Sinto-te sempre mais perto.

Ainda me lembro de pequenos detalhes. Alguns ferem-me, fico a sentir-me a mais, mas há outros que me elevam o ego e que me fazem acreditar que afinal vale apena.
Os momentos contigo ajudam-me a esquecer. Ali somos só nos. Falasse de tudo, sem medos e vergonhas, já te confessei alguns segredos que até hoje ninguém sabia.
Eu sei que não consegues perceber porque eu ter entrado na tua vida. Desculpa se o fiz num momento menos oportuno da tua vida.
Eu própria também não tenho resposta para essas perguntas ditas primárias.
(...)
A tua amorosa Fotografia, essa que transporto no meu pensamento e que não me sai da cabeça.
É certo que prefiro-te original e bem à minha frente, contudo contento-me a olhar para o tal objecto amado que guardo bem junto ao Coração.
Tens uma imagem grandiosa, que se move constantemente ao som de palavras que juntos criamos.
(...)
Transmites-me segurança, confio em ti até ao dia que me desiludires.
GMDT <3"
Telma Palma
15.10.2011

domingo, 23 de outubro de 2011

181. Mais

Acabas sempre por te sentir importante.
Comecei por dar-te demasiada relevância, quer a ti, quer ao dito compromisso que criei e que, mais tarde mesmo que queira não o consigo expulsar. Ou porque não quero ou porque não me deixam.
Precisava que me deixasses entrar na tua vida.
Que essa vontade também surgisse da tua parte e que juntos formasemos um elo mais forte.
Está visto, que ambos padecemos do mesmo mal.
Às vezes gostava que parasses para pensar um bocado, que pudesses ver como as coisas até podem resultar e como não é preciso muito.
Eu, não sou de criar contrastes que depois levam à criação de esteriótipos, que logo desde o início devem ser esclarecidos. Até hoje, tu sabes que te tenho dito aquilo que gosto e que menos gosto no que diz respeito a ti.
Sabes o necessário e eu também.
Gostava que a tua ausência se dissipasse, que estivesses sempre comigo e que me fizesses rir todos os dias.
Afinal, tenho muitas saudades tuas, tu é que não entendes isso.

Telma Palma


terça-feira, 18 de outubro de 2011

180. Gosto de ti

(...)
E- Toma Avó!
A- Não tem nada escrito filha.
E- Não tenho palavras para dizer o quando GOSTO DE TI.
A- =')

Instalou-se a nostalgia do momento e abracei-te com muita força, enquanto tu começas-te a chorar. Não importa o valor que o presente tem, se te dão ou não algo porque fazes 82 anos de vida mas, o quanto te dão valor porque simplesmente existires.
Tu , nunca me pediste nada em troca, e eu agradeço-te todo o amor e carinho que me dás todos os dias da minha vida. Obrigado por seres a vó que tens sempre sido para mim.
Tens sido a mulher da minha vida e, mesmo que penses que não és ninguém no mundo, pensa que podes ser o mundo de alguém, o MEU.

Tropeço de Ternura por ti, com amor, da tua pequenina,
Telma.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

179. Vergonha

"(...) Fomos de Metro, uma vez para lá, outra para cá. A mãe chegou a confessar – não gosto de andar de metro, tenho medo! – Pois eu estava mortinha por andar ali horas e horas a fio, para onde fosse preciso.
Voltamos cedo.
De manhã, às 8h já estava no Hospital como combinado (acrescento milhares e milhares de vezes que, se soubesse o que sei hoje não me tinha metido nisto, da forma como foi). É importante referir que nunca me arrependi de nada do que tenho feito até hoje e que tudo o que me acontece só me faz crescer.
Hoje, já posso dizer que arrependo-me de quase tudo pelo que passei nestes últimos dias, podia ter evitado muitas causas dolorosas, quer a mim quer aos meus. Podia ter escondido durante mais um tempo, tudo aquilo que transporta há anos mas, a vontade de ir , fazer, querer, tentar e ver resultados sobrepõe-se sempre ao dito medo permanente que casa ser humano acarreta.
É difícil descrever tudo aquilo por que se passa dentro de um Hospital, tudo aquilo por que previamente não somos preparados mas que no fundo, conseguimos compreender, que ali, somos um todo.
O medo quebra-nos e se não nos apercebemos dos cortes acabamos por nos cortar ainda mais com aquilo que a vida nos dá e que por alguma eventualidade deixamos que nos corte.
Ás vezes, um Obrigado não chega, porque (tal como a prof. de Português referiu) é difícil exprimir em palavras o que sentimos.
Já me senti melhor e pior, agora estou em Paz. Comigo.
Para quem pensa que a vida é cor-de-rosa, aconselho seguramente que procurem ajuda Psicológica porque neste Mundo quem não sofre não é gente, não vive.
(...) Foi como se tivesse tido um súbito ataque de pânico ou raiva, que nem mesmo eu conseguia controlar. Senti dor, muita dor. Talvez como se nunca tivesse sentido.
Chorei, choravam comigo e mesmo assim não reagia a qualquer tipo de fármaco.
Tive dias maus, complicados e que me deixavam num estado deprimente. Senti-me cheia de mim.
Custa sempre.
Nada se sobrepõe à vergonha porque que se passa após a primeira saída à rua. Mas mesmo assim, não chorei. Tinha a cabeça ocupada a pensar que em menos de 5 horas estava em casa.
Talvez, doesse mais o olhar do que as próprias palavras naquele momento.
(...) Da boca da minha Mãe, só ouvia palavras doces e reconfortantes que me acalmavam o ego. Sentia-me uma menina frágil, sozinha e ansiosa com os resultados (tenho memória de sonhar com isto desde pequena).
Chorei todos os dias que estive internada, pelas dores insuportáveis que senti, pela ausência do exterior e por aquilo que tinha noção que iria perder.
(...) é difícil lidar com a "nova" Telma, mas tenho acabado por aprender com ela e a compreender alguns itens pendentes na vida.
(...) Foi a segunda vez que vi o meu Pai chorar. Foi como se o meu coração tivesse rachado naquele preciso instante. A dor quase que desapareceu por completo. Abraseio e disse - Vamos para casa."

25-03-2011

Telma Palma


sábado, 15 de outubro de 2011

178. "Solta a Franga"

Tenho tropeçado nas letras, saltado parágrafos, dado erros impensáveis, traçado rectas impossíveis e cabulado vivências passadas.

Têm-me faltado palavras cujo reportório é indispensável, a vontade de conversar tem-se sobreposta a qualquer outra mas, mesmo assim continuo a querer pertencer apenas à conjugação simples do verbo eu.

Há muitas coisas que apetece-me fazer, muitas coisas que se devem fazer a correr e outras bem devagar, mas o tempo não estica e, em outras ocasiões, nem sequer encolhe.

Há muitas coisas que não devem ser ensaiadas, muitas que deviam ficar como estão e outras que devíamos ordenar por classes.

Tenho deixado que as letras escorram para o papel, que borrem a folha e que sejam alvo de crítica social. Não podemos agradar a todas as criaturas que nos visitam por inúmeras razões catatónicas.

Tudo é a correr, a vida não pára, os outros não param, nós não paramos.

Em tempos, desejara que tudo fosse muito depressa e, agora que o tempo correu contra nós, queremos que estabilize ou que recuo. Não consigo deixar de pensar naquilo que podia ter mudado para melhor ou para pior.

Ao repetir sempre a mesma palavra é fácil de definir qual a sílaba tónica que predomina nela, repeti-la só nos fará tomar consciência que há algo a mudar.

Transtorna-me ao saber que é preciso mudar a caligrafia, a forma como se escreve e como sempre aprendi. Se é assim, e não custa quase nada, sem ser um pouco de paciência e atenção, gostava de pensar ou talvez de acreditar que as pessoas também podiam por o seu rótulo de vaca de lado e viver uma passagem sã e tranquilo tal como alguns conseguem fazer.

Se não, é preciso que alguém vos domestique rapidamente.

Não queria deixar de acentuar que começo a ter sérios problemas de controlo, a língua tem-se expandido além fronteiras, deixando um pequeno e suave rasto de migalhas de pão, para que possa encontrar o início da aventura.

É isso, aventura! Ando a arriscar demasiado a pele em certos apertos que surgem em circunstância deveras fechadas em quatro paredes. Em alturas demasiado oportunas e que me fazem elevar todo o sangue à cabeça.

Depois disso, será sim a descarga de energia que tenho acumulada a algum tempo mas que por sorte ou azar de alguém ainda não se dissipou para a vossa freguesia.

“Solta a franga”, já faltou mais.


Telma Palma

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

177.

É fácil julgar, criticar, falar
Quando pra nós não sabemos olhar.
É fácil recusar
Mas, mais fácil ainda foi por-te a andar.

Queres um concelho?
Toma cuidado,
Quem brinca com o fogo
Normalmente saí queimado.

Se não tens nada a dizer, porque é que não páras de falar?
Desculpa ser assim,
Já começas a enjoar.

Todos devíamos de nos amar
Mas, se esse não é o teu propósito
Só te estas a humilhar,
Amor, pára de exagerar.

Ouvi dizer que a vida é uma bóia,
Daqueles que só sabe bóiar,
Menina, aprende que na vida
Todos nos vamos tramar.

Telma Palma


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

176.

Se realmente compreendesses, colocarias a tua mão em cima da minha, ouvias-me e aceitavas as minhas opções. Nunca terias esquecido que os problemas são para ser vividos, resolvidos e muito menos te rias na minha cara sobre isso.
É, de muito baixo nível ao fim de todo este tempo, rires daquilo que nunca conheceste e que agora, por tua conveniência colocas isso em teu beneficio.
Não guardo mágoa, mas tenho o gene de remoer nos assuntos difíceis e guardar para mim própria o que há muito tempo te devia ter dito.
Tu, sabes que não fui eu que errei e que pedir desculpa não é o meu forte quando não sou eu a errar.
Levaste muitas pancadinhas nas costas, que deveriam ter sido usadas em circunstâncias mais promissoras. No teu caso, eu deveria ter usado em casos menores, talvez hoje desses importância aos pequenos actos e afectos que tinha contigo. A gravidade da situação foste tu que crias-te, eu não tenho culpa que cris ilusões e que penses que sou uma esponja, que esteja para ti sempre que chames, porque na verdade não estou.
Chega sempre uma altura em que tu rebentas.
Eu tentei mudar, não consegui. Temos pena =)


domingo, 9 de outubro de 2011

175. Exercer

Chegas, sentas-te e enquanto lês a revista do costume, pedes um chá.

Não estás minimamente importada com o que te rodeia, o teu pensamento anda por outras freguesias e a tua atenção concentra-se em memórias passadas que o tempo não trás mais.

Tu sabes que o Mundo não gira à tua volta, mas em vez de dissipares esses pensamentos negativos que te leva a agir em função das palavras esboçadas nas redes sociais, continuas a levá-las demasiado a peito e a querer sempre solução para tudo.

Há quem sinta a tua presença, que se aproxime e que se sente ao teu lado. Aí apercebes-te que afinal não estás sozinha e que, ao fim ao cabo, sabes que podes partilhar esses pensamentos mais indiscretos com alguém.

Embora te sintas perdida, há sempre alguém que vai estar ao teu lado incondicionalmente.

O chá chegou, olhas para a pessoa e sorris.

Sabes que o mundo não pára, mesmo que não o sintas mexer. Mas, sentes e vês que as coisas ainda flutuam junto ao Lumiar, que quando o sol nasce é para todos e que as ondas vão andar sempre no seu vaivém constante.

Há, haverá ou houve o dia em que foste tu próprio a parar, a travar as coisas, a perder o que de bom a vida nos dá, já pensaste se tudo vele a pena, se construir é o mais importante ou se, afinal apenas se gasta tempo desnecessário connosco.

Já reflectiste vezes e vezes sem conta sobre as mais ínfimas coisas, já te rebaixaste e ficas-te calada apenas porque o outro estava feliz e, já te resignaste a abandonar o teu posto porque alguém o ocupou.

Eu acredito que existe um propósito que nos faz exercer cargos superiores, dependendo da forma como encaramos a vida mas, embora essa seja uma das minhas convicções, existe sempre uma parte de mim que prefere esperar sentada, sem que haja dor, mágoa, medo, desespero, insegurança, …

Há uma parte de mim que me deixa sempre aquém e que me faz levar tudo em função da razão.

Ninguém muda porque quer.

Os factores internos e externos não facilitam. Batem na consciência, trocem o nariz, fazem birra, e fazem com que coloquemos a mão na consciência (e ainda bem que sim). É pena, apenas acontecer em circunstâncias extremas, quando batemos mil e uma vezes com a cabeça na parede e vemos que estamos a errar connosco mesmo.

Eu não mudei por vontade própria, mas porque me fizeram tornar numa pior pessoa.

O tal interesse comum que nos faz derrubar, passou a ser conjugado em tempos ainda desconhecidos.

O erro, esse sim designado como tenebroso e arrogante, começou por chegar sempre de mãos dadas com o desprezo, arrogância e rancor.

Começa a ter cuidado com as palavras se não queres estragar a caligrafia com corrector.

Percebe, sê sincera contigo mesma, quando falares acredita mesmo naquilo que estás a dizer mas, põe a mão na consciência e deixa de meter as culpas em cima dos outros.

Ninguém tem culpa das tuas frustrações indesejáveis e memoriza que ninguém te deixou sozinha, foste tu que afastas-te as pessoas.

Às vezes, basta exercer o acto de resignar/aceitar e compreender do que ter os olhos encalhados apenas com o nosso umbigo. Quando se gosta, preserva-se.

Ficou tarde, a noite já vai por ela dentro.

Depois de uma longa conversa, o chá arrefeceu, ficou frio.

Estás na hora de fechar o estabelecimento, de encerrar a conversa e de ir para casa.

Telma Palma