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Às vezes a imaginação falha, o sorriso esconde-se, as ideias ficam com ressaca e a vontade esgota-se. Depois, é preciso deixar que o pensamento esboce a dureza das palavras expostas. É ser sem parecer, e escrever mesmo sem crer.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Rascunhos

Produzido a: 30.junho.2011 - 00:54H

"Escrevi-te muitas cartas.
Foi a forma que arranjei de poder falar contigo e de te contar as coisas.
Nunca as leste, ou melhor, nunca te as dei para as poderes ler.
Escrevi muitas, muitas mais do que aquelas que imaginas, mas nunca fui capaz das te entregar.
Não soubesse eu que as coisas são feitas de muito, que compreender faz parte e que opinar nunca foi o meu forte. Mas, ambas sabemos, que o insuportável atinge dimensões avassaladoras.
Nunca te julguei, a prova está em apenas ter-me afastado de ti, e seguir com a minha vida, com a minha escolha.
Coube-me a mim formatizar uma decisão que tu não soubeste expor e que eu não soube lidar.
Nunca me proporcionaste qualquer segurança e eu de ti também nunca exigi grande esforço. Ficámos com pouco e, por agora é o ressentimento que triunfa entre nós.
O rancor corre-me nas veias, mas isso só surge, porque em vez de ambas esquecermos, há sempre alguma coisa ou alguém que interfere em assuntos alheios à sua própria vida.
A Rede Social serve como desabafo, porque eu, ao contrário de muita gente, não tenho por hábito falar mal de ninguém com quem terminei qualquer tipo de relação, nem de sub-carregar ninguém com os meus próprios problemas (que só a mim dizem respeito).
Eu também sei passar à violência.
Ninguém precisa de facilidades, logo tu, que sempre foste tão decidida.
Fui eu, que estive nos teus dezassete, com um queque de chocolate na mão e com duas velas acesas, só para te ver sorrir e ainda dizes que "nunca precisei de ti para ser feliz", ok ... Está certo.
Sabes, culpar os outros dos teus erros não está correcto.
Estive sempre aqui à tua espera, independentemente dos meus compromissos maiores. Tu, não soubeste pedir desculpa e eu não soube perdoar-te, assim como ainda hoje não sei.
Para mim, sempre foste tu, tu, tu, tu, tu, tu, tu e sempre tu... mesmo quando eu não podia, mesmo quando já tinha outros compromissos.
Foi por ti, que quase perdi os meus verdadeiros amigos de uma vida. Cansei, de ser só para ti e por ti.
Saiu-te a sorte grande, ou será que foi a mim? Podes ficar com ela, a minha sorte faço-a eu.
Tudo se justifica-se quando não se adquire a total confiança, quando o outro não nos ouve e quando ele deixa de estar para nós... Eu estava no pior momento da minha vida, e nem uma mensagem recebi tua com apenas um sorriso, como sempre fazias.
Eu sempre fiz a minha parte. mesmo que tu não me pedisses nada.
Nos teus momentos maus estive contigo, não me arrependo.
Tu perdeste-me e eu perdi-te a ti.
Podes dizer que nunca foste feliz comigo, falar mal de mim... mas eu nunca vou descer a essenível que crias-te como forma de proteção ou defesa.
Os segredos que me contaste, segredos ainda hoje são.
Não espero nada de ti.
Foste um, como tantos outros rascunhos, que escrevi em todas as cartas que a ti ainda hoje se destinam.
Felicidades,

Telma Palma "

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