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Às vezes a imaginação falha, o sorriso esconde-se, as ideias ficam com ressaca e a vontade esgota-se. Depois, é preciso deixar que o pensamento esboce a dureza das palavras expostas. É ser sem parecer, e escrever mesmo sem crer.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

325. Só

Nada, não se passa nada ou nunca se passa nada ou talvez tudo...
Cuidado.
Não sinto mais o chão a deslizar-se à minha frente como se me fizesse encolher e parar por ali mesmo - em qualquer sítio, não sinto mais as pernas tremerem de tanta ansiedade acumulada quando por cá andava, não sinto o vento soprar de frente pro meu rosto, nem as minhas mãos suarem de tanto impulso junto.
Não sinto - desde que cá estou.
Perdi o coração.
Perdi - E, às vezes, por mais que queira - não consigo explicar o porquê das coisas, responder às perguntas ou simplesmente dizer aquilo que sinto. Ando perdida no núcleo à espera das perguntas certas e só aí sim saberei a resposta ou então ao invés disso permanecerei novamente e sempre em silêncio.
Não sinto mais que cá estou, que cheguei - porque perdi o meu coração - ou não - eu só o deixei onde quis.
Não tenho saudades dele, mas sim do que com ele ficou, deixo-o lá porque talvez me sinta mais próxima e mais dentro do momento, mais dentro das coisas, porque - perto é difícil mas longe é muito pior. 
Não gosto do barulho, da luz a invadir-me a pupila logo cedo, não gosto da menina e nem ter que fazer companhia quando não a quero. Não gosto do tom a alto nível e muito menos de discutir ou de chorar. Mas, embora isso - sinto saudades.  
Gostava que entendesses, que bem o lesses e que fizesses tudo pelo melhor - ninguém te obriga mas é a tua obrigação.
Choro.
Choro muito e muito mais choro quando assim o sinto - quando me tapa a garganta e quando as minhas cordas vocais se prendem sem querer falar. Sinto-me só. Não sozinha, mas - quase como que abandonada.


Telma Palma

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