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Às vezes a imaginação falha, o sorriso esconde-se, as ideias ficam com ressaca e a vontade esgota-se. Depois, é preciso deixar que o pensamento esboce a dureza das palavras expostas. É ser sem parecer, e escrever mesmo sem crer.

domingo, 12 de dezembro de 2010

105. Irmã

Estava escuro.
O sol ainda não tinha nascido e eu já andava pela rua à espera dele.
Fiz toda a questão em um dia poder lembrar-me como é, o sol. Sentei-me à beira do pátio, tinha medo, estava ainda muito escuro.
Abri o computador, vi os e-mail's e esperei que o sol nascesse.
Vi o teu, não fui capaz de o abrir de imediato, encostei-me á parece e fechei os olhos.
Pensei:
«Para além de tudo, nunca houve entre nós uma forma correcta em dizer as coisas. Naquele dia, não sei se era eu que não estava com cabeça ou se foste tu que não soubeste dizê-las.
Tenho muita pena que as coisas, volta e meia se tornem complicadas para o nosso lado. Nunca fomos de grandes guerras nem de grandes conflitos entre irmãs... mas sempre tivemos a grande dificuldade em ajustar as coisas a uma melhor forma de serem ditas e esclarecidas.
Não vou deixar de ser tua amiga, a tua irmã apenas porque não soubeste escolher as melhores palavras para me explicares algo que te incomodava a meu respeito, e também não vou deixar de te falar por isso.
Já partilhamos emoções, sorrisos e sentimentos, já choramos com a mesma intensidade de que ama, já rimos por tanta coisa sem sentido e se chorarmos por tristeza não faz mal, fará com que cresçamos.
Como tu e eu já dissemos, por algum motivo seja qual for, a verdade é que aconteceu.
Não ando com espírito algum para remexer no passado e muito menos ando com espírito para querer falar dele. Mais que importante está o futuro, e é esse que nunca me posso esquecer.»

O sol voltou. Sorri por ver um novo dia começar e por saber que deste dia não me vou esquecer. Afinal o sol quando nasce, nasce para todos.

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Memórias do Meu Pensamento