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Às vezes a imaginação falha, o sorriso esconde-se, as ideias ficam com ressaca e a vontade esgota-se. Depois, é preciso deixar que o pensamento esboce a dureza das palavras expostas. É ser sem parecer, e escrever mesmo sem crer.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

304. Silêncio

Saudades - eu só as sinto quando qualquer momento se torna inesquecível, quando sei que esse tal momento ficou imortalizado no tempo e quando sinto que já não voltam mais - porque são únicos.
Saudades sinto-as todos os dias, todas as horas, minutos e segundos... sinto-as e desespero poder "matá-las" a casa instante.
Como poderei eu deseja-las sem as sentir por breves frações de segundo? Como poderei eu pensar que elas existem sem ter vivido tempos e tempos a senti-las como minhas?
Tecnicamente, a resolução mais fácil e clara seria viver tudo de novo... mas por onde começar? O que escolher como prioridade? Que momento é o mais desejado para ser (re)vivido? Para mim - todos.  
O tempo não pára. 
O tempo não move barreiras, não justifica a distância, não determina a qualidade e não prejudica os momentos. O tempo apenas faz-nos reflectir, coloca-nos a mão na consciência e faz-nos ver que a saudade é que faz parar o tempo. 
Sentir saudades é caminhar no tempo, é caminhar firme na terra, é transportar alegrias, tristezas, vontades, desejos... é viver sem esperar que tudo volte, mas sentindo que tudo aquilo deveria ser permanente.
A saudade é como sentir fome - só passa quando a saciamos. Mas, às vezes, ela é tão profunda que a presença torna-se pouco. 
Mas, na verdade, saudade é amar o passado que ainda nem passou, é recuar um, dois ou três presentes que nos magoam, é ver o futuro que nos convida. 
E, quando a sinto em pleno, é a minha alma gritando para onde quer voltar, para onde quer estar e sempre ficar.
Há dias que tudo aquilo que preciso é de um abraço, de silêncio... de um beijo na testa e de paz. É disso que sinto saudades - de ti. 


Telma Palma


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