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Às vezes a imaginação falha, o sorriso esconde-se, as ideias ficam com ressaca e a vontade esgota-se. Depois, é preciso deixar que o pensamento esboce a dureza das palavras expostas. É ser sem parecer, e escrever mesmo sem crer.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

372.

Por vezes, querer desaparecer do Mundo, da vista das pessoas ou até mesmo de onde se vive e de onde se está, não é suficiente. Querer e fazer força para que tudo mude nunca é suficiente porque, para mudar são preciso duas partes.
Os problemas vão estar sempre connosco e atormentar-nos a qualquer momento e em qualquer lugar. Não basta fugir, esconder-nos ou isolar-nos do Mundo, não basta dizer que sim e fazer promessas, não basta desejar e pedir com força e não basta desejar porque nada muda por isso. 
Pedir para que tudo seja como antes já se tornou num hábito, numa espécie de oratória ou de um desejo que não passa disso - desejo.
Sonhar alto, talvez.
É difícil falar e encarar tudo aquilo que não gostamos ou que por alguma forma nos faz sentir mal. Mas, mais difícil é tentar demonstrar aquilo que se sente na altura certa e exacta sem magoar o outro. Deixar que os problemas se acumulem só acarreta cada vez mais mágoa, angustia e desespero. 
Às vezes, é preciso mais do que acreditar, é preciso cuidar e colocar-nos no lugar do outro e tentar sentir o que ele sente ou como se sente. E, se não formos capazes disso e muito menos formos capazes de tentar entender o outro, significa que não somos capazes de lidar com os problemas e preferimos esquecer que eles existem. 
Queria e desejo que estejas aqui, no meio disto tudo, para que sintas que não estou errada que não estou diferente e que no meio disto tudo, também sou eu que morro todos os dias mais um pouco por dentro por tudo o que nos tem acontecido e por tudo o que continua a acontecer. 
Querer discutir não é um propósito mas um forma de demonstrar que tenho o coração doente e que nem o melhor antibiótico do Mundo o consegue salvar.
Memoriza.
Amar seja talvez a pior dor do Mundo, amar seja talvez o melhor mas também o pior para as pessoas. Mas, amar também tem que ser seguramente verdadeiro e inesquecível para que possamos acreditar e confiar no outro para sempre.



Telma Palma


"O que mais dói não é – desengana-te – a infelicidade. A infelicidade dói. Magoa. Martiriza. É intensa; faz gritar, sofrer, saltar, chorar. Mas a infelicidade não é o que mais dói. A infelicidade é infeliz – mas não é o que mais dói.

O que mais dói é a subfelicidade. A felicidade mais ou menos, a felicidade que não se faz felicidade, que fica sempre a meio de se ser. A quase felicidade. A subfelicidade não magoa – vai magoando; a subfelicidade não martiriza – vai martirizando. Não é intensa – mas é imensa; faz gritar, sofrer, saltar, chorar – mas em silêncio, em surdina, em anonimato. Como se não fosse. Mas é: a subfelicidade é. A subfelicidade faz-te ficar refém do que tens – mas nem assim te impede de te sentires apeado do que não tens e gostarias de ter. Do que está ali, sempre ali, sempre à mão de semear – e que, mesmo assim, nunca consegues tocar. A subfelicidade é o piso -1 da felicidade. E não há elevador algum que te leve a subir de piso. Tens de ser tu a pegar nas tuas perninhas e a subir as escadas."

- Pedro Chagas Freitas -



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