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Às vezes a imaginação falha, o sorriso esconde-se, as ideias ficam com ressaca e a vontade esgota-se. Depois, é preciso deixar que o pensamento esboce a dureza das palavras expostas. É ser sem parecer, e escrever mesmo sem crer.

terça-feira, 8 de maio de 2012

257. ∞

O barco parou.
Quando entraste, não fiz questão que ficasses.
Expliquei-te várias vezes o que para mim significa as palavras "Gostar" e "Amar" e mesmo assim tu preferiste ignorar.
Não te condeno, também já caí no erro de me dissipar do que o outro prefere, fazendo prevalecer  minha vontade. No entanto aprendi que para estar com alguém por inteiro, é preciso haver duas partes a querer, duas partes a desejar.
Ninguém - até à data - ama alguém pelas suas qualidades, caso contrário os francos, interessantes e amantes de artes teriam uma fila de pretendentes sempre a "tocar" à porta.
O amor, não se classifica por chegar e bater logo repentinamente à porta, não obedece à razão. O verdade amor, quando este assim o é, acontece por empatia, por magnetismo, por algum tipo de conjunção estelar.   
Afirmando em casos verídicos, ninguém ama ninguém apenas por a pessoa ser educada, vestir-se bem ou até por ser fã de um cantor romântico - isso apenas de classifica por referenciais que podem ou não contribuir para um relação. 
Para mim, ama-se pelo olhar, pelo cheiro e mistério, ama-se pela paz interior que o outro nos transmite ou até pelo tormento que lhe provoca. 
Ama-se pelo facto de ser muito simples e calmo, pelo tom de voz, pela arte que os olhos piscam, pela fragilidade que se revele quando menos se espera.
Todos amamos aquilo que é atrevido, que nos leva ao exagero à procura do nosso ideal. Amamos mesmo quando nos parece impossível - mesmo que ele não o seja.
Amar, também é aceitar, abdicar, esperar - funciona como um género cómico ou dramático que tanto nos faz rir como nos faz chorar.
E é aí que, quando chegamos ao auge de um dado momento, o simples jeito do outro te deixa imobilizado, que o beijo se torna viciante e que as discussões passam as ser constantes cria um nome - Amor.   
E quando ele te toca... quando ele te toca tu sentes-te livre. 
Não perguntes porque - todos somos inteligentes o suficiente para entender isso perfeitamente.  
Quem me dera que o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: Eu + Tu = 
Mas, não funciona assim, não se conjuga na primeira pessoa, não se move contra a maré - constrói-se. 
Não requer conhecimento prévio, nem uma consulta nas urgências. 
E mesmo quando tudo parece que está para acabar - Sorri.
A maré acaba por baixar, o barco acaba por se acalmar e tu, que nunca gostaste de verdade, acabas por saltar para a água de livre e espontânea vontade - e quando decides voltar, esqueces-te que o meu
não é nem nunca foi um patinho de borracha. 

Telma Palma

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