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Às vezes a imaginação falha, o sorriso esconde-se, as ideias ficam com ressaca e a vontade esgota-se. Depois, é preciso deixar que o pensamento esboce a dureza das palavras expostas. É ser sem parecer, e escrever mesmo sem crer.

domingo, 2 de setembro de 2012

291. Sós

Pela manhã, quando pessoas normais acordam - pesam. E, assim o é desde sempre.
Já viste como é fácil ser simples e directa num abrir e fechar de olhos? Como é fácil dizer "espera só mais cinco minutos" e como podemos fechar de novo os olhos, vezes e vezes sem conta...
Sempre gostei das coisas simples, os detalhes conquistam-me. Mas, já reparam como o melhor do mundo está diante dos nossos olhos, dia após dia, e não o vemos?
Como deixamos de olhar primeiro para nós, à espera que o outro se designe a ver-nos primeiro?
As relações já não duram para sempre, todas têm um começo, meio e fim. Como tudo na vida.
De momento, é preciso entender qual o aspecto mais importante e investir nele.
Odeio quando ouço aquela conversa:
- "Acabei com ele...
- Então? Há quanto tempo estavam juntos?
- Dois anos, mas não deu certo, acabou.
- Não deu certo, porquê?
- Oh, Claro que deu! Deu durante dois anos, só que acabou.
(...)"
E já viram como é fácil e simples poder ter vários amores? Mas eu, acredito que "se estamos bem, não devemos por-nos mal".
Eu não acredito em pessoas que se completam, acredito em pessoas que se somam. Se não sabemos lidar connosco a 100%, como é que podemos querer que o outro seja a 100% connosco?
Não é preciso fazer contas.
Assumam.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom em sexo.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é responsável.
Às vezes ela é teimosa, mas é sensível!
E continuamos a não ter tudo, a não ser tudo, a não chegar a tudo. E aí está... investe no aspecto mais importante.
Acho que o beijo é o mais importante. E se o beijo bater... joga-te a mais um e outro. Se não bater... pede uma Vodka e vai dar uma volta.
Se ele ou ela não quer mais, vai dar uma volta.
Se tens dúvidas, se tens medos, se não sabes para onde ir e o que fazer... esquece-se tudo e vai dar uma volta. 
Não lutes, não ligues,  não assumas a responsabilidade e não te humilhes. Deixa ir, deixa andar... porque se ele(a) tiver que voltar, volta simplesmente.
Há quem necessite de ausência para poder desejar a presença. O ser humano não é absoluto.
Não faças dramas.
Nascemos sós, morremos sós, pensamos sós, vivemos sós...
E quando acordamos, a primeira impressão é sempre nossa, o olhar, o pensamento, a memória...
Há quem mude de romance e que pule de um para o outro constantemente. Não será apenas medo de nos vermos sós? 
Gostar dói. Dói tanto que chega até a ferir-nos a alma.
Às vezes sentimos raiva, ciúmes, ódio, frustração, desgosto, medo... mas esquecemo-nos que tudo isso faz parte. 
Ao gostarmos de outra pessoa, gostamos de um outro ser, um outro Mundo e um outro universo... e nem sempre as coisas são como queremos. 
É preciso dar espaço.
Não somos terapeutas, não temos que saber lidar com a dor e querer curá-la de um dia para o outro. É preciso correr o risco e saber até onde nos podem magoar, até onde podemos ser magoados. 
Nós, para sermos felizes, para sermos únicos... não necessitamos de provar a todo o instante que estamos bem, que somos fortes e que não temos defeitos. 
Fraquejar não é pecar.
Gosto da humildade da fraqueza, dos pontos fracos, do lado genuíno que mostra para ser feliz e inteiro. 
Haja força, determinação e garra para assumi-la!
Há quem se ache tanto que se esquece de se encontrar. Memoriza que primeiro somos sós e só depois o outro. 

Telma Palma

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