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Às vezes a imaginação falha, o sorriso esconde-se, as ideias ficam com ressaca e a vontade esgota-se. Depois, é preciso deixar que o pensamento esboce a dureza das palavras expostas. É ser sem parecer, e escrever mesmo sem crer.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

318. Papel de Cozinha

"Uma carta de despedida, uma caneta cheia de tinta e um mero papel de cozinha, recitou a pequena dissertação: 
não imaginas o quanto goste de ti, o enorme amor que trago no peito. Um amo-te não te chega?
O papel ficou com um buraco e com grandes rasgos pelo meio, pelas palavras. Chorei pela pontuação, pela retórica das palavras, pelo sentido da oração e pelo simples papel de cozinha estragado.
Sabes há quanto tempo não via papel de cozinha nas minhas mãos?
Deixei-o no hole de entrada, vesti a gabardina para não me molhar mais, peguei no guarda chuva e saí porta fora. 
Quando voltei, sabes o que encontrei? O mesmo papel de cozinha rasgado em cima do hole de entrada virado do avesso e borrado com a tinta.
Alguém o leu, alguém o viu e alguém entendeu o porque de ter chovido em pelo verão.
(...)
Desta vez, não nos deixa papeis de cozinha rasgados em cima do hole, não nos faz perguntas nem nos dá na cabeça quando nos afastamos. Apenas cuida de nós, faz-nos sonhar, ouve-nos e ainda nos sustenta o ego. Angels never die..."


Telma Palma
03.09.2012


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