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Às vezes a imaginação falha, o sorriso esconde-se, as ideias ficam com ressaca e a vontade esgota-se. Depois, é preciso deixar que o pensamento esboce a dureza das palavras expostas. É ser sem parecer, e escrever mesmo sem crer.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

195. Espectáculo

Costumo dizer que cheguei à câmara mortuária sozinha, mas há uma coisa que levo comigo: a consciência tranquila.
Sou muito bicho do mato, social e "descarada". Muito senhora do meu nariz, curiosa, empenhada, ... Sou feita de muito, cheia de tanto.
Não frequento sítios deprimentes, nem me penetro através de outros, não duvido do meu potencial, posso quando quero, consigo quando luto.
Luto pelo que acredito.
Deixei as relações conflituosas, as cargas negativas e os burburinhos.
Conecto-me em relações saudáveis, naqueles que somente dão valor e razão à vida.
Tenho a certeza que há pessoas que me odeiam, criticam e rebaixam.
Onde está a vossa qualidade, prestigio e ambição em cuidar na vossa própria vida e deixar a dos outros correr?
Sou personagem e sou público que se dedica a uma passagem pela Terra, por um espectáculo com cena indeterminada e pela incerteza do acto.
O público aplaude, levanta-se até para aplaudir. Não porque delira com os prazeres que a vida lhes dispões como enlouquece com barbaridades que predispõem um completo incógnito futuro.
Sou tipo uma flor de cacto, uma comédia do séc. XX, que quando regressa aos palco sai sempre algo diferente.
Vivemos numa boa vaibe, num fantástico espetáculo de altos e baixos de ensaios. Não existe segunda versão, segundos excertos, nem grandes morais.
Existe cor e brilho. Vontade própria, paixão.
É verdade que nem sempre corre tudo bem, que tropeçamos em degraus pequeninos, mas continuamos sempre cá, de cabeça erguida à espera do próximo excerto.
Sou mistura de sonhos, vontades e adrenalina.
Segue-se sempre a aventura e o estar no limite das coisas.
Não gosto de tempo, de horários, sermões, descargas de consciência, ... Não gosto de nuvens cinzentas, de chuva e de vento.
Gosto do som, do valor que as palavras têm, do olhar, do toque, do sorriso e do cheiro. Gosto do outro.
O resto vem por acréscimo.

Telma Palma

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