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Às vezes a imaginação falha, o sorriso esconde-se, as ideias ficam com ressaca e a vontade esgota-se. Depois, é preciso deixar que o pensamento esboce a dureza das palavras expostas. É ser sem parecer, e escrever mesmo sem crer.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

202. Brilhante


(...)
Sentei-me na paredinha do costume, atrás de casa e acendi o cigarro.
Puxei e deixei sair o fumo suavemente.
Fui, porque queria estar perto de ti, mas o objectivo inicial apenas seria ver-te e não falar contigo.
Nem senti que naquele momento tu, já não estavas assim tão presente. E, para falar a verdade nem me lembrei de ti, durante alguns minutos.
Só queria fumar o cigarro habitual de todas as noite gélidas deste Inverno.
Olhei para o céu, olhei só para te ver brilhar para mim.
Sempre estiveste lá em cima, muito perto.
Eras a estrelinha mais brilhante de todas, a que aparecia sempre primeiro no céu, a mais importante e aquela a quem eu sempre me dirigia quando precisava de falar assuntos sérios.
Eu sentia-te sempre ali, muito muito perto de mim mesmo que não o sentisses, eu estava e tu estavas presente sempre na minha vida.
Acabei por lembrar-me do cigarro.
Puxei a segunda.
Olhei outra vez lá para cima, na esperança de poder mesmo encontrar-te, mas tu não estavas. Naquela noite não apareceste.
Puxei a terceira, a quarta, a quinta e sexta, e vezes sem conta as que depois surgiram e mesmo assim eu não me conseguia esquecer que tu deixas-te de existir ali, perto de mim.
Conclui que nunca me ouviste, nunca escutaste, não aceitaste...magoaste. Mas sempre que tu precisaste, apoiei-te e isso tu já não negaste.
Não me desiludiste, iludiste e sacudiste o meu coração.
De repente voltaste.
Sorriste e abraçaste-me, como sempre fazes.
Pena existir momentos baixos.
(...)
Telma Palma

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Memórias do Meu Pensamento